Soft Skills mais procuradas pelas empresas em 2020

Iniciativa da Revelo teve como base as necessidades de 16 mil companhias que buscam profissionais

Comunicação assertiva, aprendizagem contínua, autogerenciamento, capacidade de resolução de problemas e relacionamento interpessoal são as cinco habilidades comportamentais (soft skills) mais procuradas pelas empresas em 2020, segundo a Revelo, empresa de tecnologia para RH. Com uma base de 16 mil empresas e 1,5 milhão de candidatos cadastrados, a Revelo fez o cruzamento entre o que as companhias precisam contratar e quais são as habilidades dos candidatos. Dessa forma, identificou quais são as soft skills mais buscadas e também aquelas que mais faltam no mercado.

“Hoje, o mercado de trabalho exige profissionais com qualificação técnica (hard skills). Porém, existem outras competências não tão fáceis de serem mensuradas e explicadas em entrevistas, mas que são igualmente importantes. Elas afetam diretamente os relacionamentos no ambiente corporativo e, consequentemente, a produtividade da equipe. Por exemplo, a forma como um profissional lida com as suas emoções, como resolve problemas e seu jeito de se comunicar com o colega de empresa”, comenta Patrícia Carvalho, CMO (Chief Marketing Office) da Revelo.

Em 2020, na primeira posição do ranking das habilidades mais buscadas pelas empresas está a comunicação assertiva, o que, na visão de Patrícia, reforça ser indispensável passar mensagens com clareza para a equipe e para a liderança. “As consequências de uma demanda interpretada erroneamente podem ser diversas. Além disso, é responsabilidade do comunicador garantir que a mensagem chegue ao ouvinte de forma clara”, completa.

Em segundo lugar no ranking está a aprendizagem contínua. A empatia e a capacidade de aceitar e dar feedback podem fazer a diferença. Já o autogerenciamento ocupa a terceira posição. “É característica imprescindível para ser mais produtivo e motivado no trabalho. A capacidade de se autogerenciar é saber definir os objetivos para o próprio desenvolvimento. Além disso, é o exercício de empatia, a metodologia de comunicação não violenta cria pontes e melhora o clima das equipes”, destaca a executiva..

No quarto e no quinto lugar, consecutivamente, a postura de resolução de problemas e condução de relacionamento interpessoal. A quarta skill vai além da decisão de solucionar empecilhos do dia a dia. É a capacidade de decifrar questões nem sempre tão bem determinadas, fragmentando o problema até alcançar a solução. Já a conduta interpessoal necessita que, independentemente de ter ou não afinidade com os colegas de trabalho, é preciso interagir bem para uma convivência harmônica. “A diversidade é um exercício diário nas empresas”, enfatiza Patrícia. Segundo ela, todas essas habilidades comportamentais são avaliadas no momento de escolher um candidato e são observadas desde o primeiro minuto de uma entrevista de trabalho. “São características que sinalizam se o profissional vai ter êxito no trabalho ou não”, finaliza.

Fonte: Gestão RH

Mais vitaminas, menos antibióticos: o consumo de remédios na pandemia

Crescimento de vitaminas foi mais forte no Norte e no Sul; remédios para doenças crônicas também cresceram

A pandemia do novo coronavírus mudou diversos hábitos dos brasileiros. E no consumo de medicamentos não foi diferente. Um levantamento feito pela empresa ePharma mostrou que nos últimos meses o consumo de vitamínicos cresceu cerca de 30% no país. 

O levantamento considerou o período entre janeiro e agosto de 2020. A ePharma atua no gerenciamento de benefícios farmacêuticos (como desconto em produtos) e seu sistema está presente em 30.000 pontos de venda no país.

Os vitamínicos mais receitados no período foram a vitamina C, com 11.800 unidades, um avanço de 87% em relação aos dados de 2018, segundo a ePharma. Em seguida vêm os polivitamínicos, e os polivitamínicos com sais minerais.

As regiões do país em que o crescimento desse consumo foi mais intenso são Norte e Sul, com aumento de 47% e 40% respectivamente. Em termos absolutos, a região que concentra a maior parte do consumo de vitamínicos no período é o Sudeste, com 14.000 unidades, o que representa 68% do total consumido, de 20.600.

“É uma tendência geral do mercado, as pessoas começaram a ter esse sentimento de que precisavam se cuidar. Esse consumo aumentou a partir de meados de abril e o crescimento se manteve nos meses seguintes”, afirma Bruna de Vivo, responsável pela área de operações farmacêuticas da ePharma. Segundo ela, os dados do segundo semestre vão indicar se esse movimento vai perdurar ou não.

A mudança de comportamento foi além dos vitamínicos. Dados da consultoria Iqvia indicam aumento do consumo de medicamentos para doenças crônicas, como problemas de tireoide e diabetes. “Pessoas com problemas crônicos como diabetes às vezes não fazem o controle correto da doença. E essas pessoas começaram a querer se cuidar mais”, afirma de Vivo.

Do outro lado, os dados da Iqvia também indicam queda no consumo de remédios para problemas de saúde agudos, como antibióticos e corticóides. Assim como os medicamentos para doenças crônicas, eles tiveram um pico de consumo nos primeiros meses do ano. Mas depois não retornaram ao patamar de consumo anterior, registrando consumo menor em julho do que em janeiro.

“O consumo desses medicamentos caiu muito, provavelmente porque as pessoas deixaram de ir ao hospital e também porque deixaram de sair de casa, e com isso a incidência de doenças agudas que elas pegavam também diminuiu”, afirma.

Fonte: Exame

 

Produção nacional de biossimilares tem espaço para crescer

A segunda edição do seminário "Medicamentos Biossimilares" foi realizada nos dias 21 e 22 de outubro e discutiu o potencial de crescimento da produção deste tipo de medicamento no Brasil.

Especialistas ouvidos durante o seminário analisam que um dos desafios é nacionalizar a produção, processo que leva tempo.

Segundo Mirna Oliveira, farmacêutica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e ex-coordenadora do Complexo Industrial do Ministério da Saúde, somente dois biossimilares são produzidos inteiramente no Brasil: a somatropina e o rituximabe. O primeiro é usado no tratamento de hipopituitarismo, uma deficiência do hormônio do crescimento humano, e o segundo para artrite reumatoide e linfomas não-Hodgkin.

A expectativa é que, à medida que o parque nacional adquira capacidade para produzir esses medicamentos, a incorporação dos biossimilares deve aumentar.

“O Brasil não tem tradição em biotecnologia de saúde, e acredito que isso melhore nos próximos anos se investirmos na política de parceria (PDP - Parceria para o Desenvolvimento Produtivo )”, diz Mirna.

A expectativa do setor para os próximos anos é de ampliação da oferta de biofármacos. A farmacêutica afirma ainda: “Até agora vimos uma primeira onda, com a produção e aprovação de moléculas mais simples, como a insulina e alguns remédios para câncer. Vamos entrar em uma segunda onda de biossimilares, que tende a ser muito maior porque vai englobar oncologia, dermatologia e doenças raras”

Os especialistas avaliam, ainda, que pesa a ausência de uma política pública clara de disponibilização de biossimilares no SUS. Sem diretrizes nacionais, a incorporação desses medicamentos difere de estado para estado.

Em 2018, um grupo de trabalho criado por portaria do Ministério da Saúde produziu recomendações para uma Política Nacional de Medicamentos Biológicos no âmbito do SUS. O relatório final da comissão foi publicado em dezembro daquele ano. Até agora, porém, as diretrizes não saíram do papel.