Farmacêuticas correm para criar vacinas contra Coronavírus

Com informações da Folha de S.Paulo:

Com o avanço da epidemia de coronavírus, que já matou mais de 80 pessoas e alcançou 4 dos 5 continentes, biofarmacêuticas têm anunciado planos para o desenvolvimento de vacinas com apoio de universidades, grupos globais de saúde e dos governos dos Estados Unidos e da China. Três desses projetos são financiados pela Cepi (Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias), uma parceria entre organizações públicas, privadas, filantrópicas e civis, lançada em Davos em 2017. Entre os envolvidos estão as biofarmacêuticas Moderna e Inovio, a Universidade de Queensland (Austrália) e o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.

De acordo com comunicado da Cepi, esses programas vão aproveitar as plataformas de resposta rápida para o desenvolvimento de vacinas já financiadas pela entidade, que adotam tecnologias que podem ser adaptadas para uso contra diferentes patógenos, inserindo novas sequências genéticas ou de proteínas.

A Universidade de Queensland (Austrália), por exemplo, anunciou na sexta (24) que tem uma nova tecnologia chamada de grampo molecular para o rápido desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. Segundo Paul Young, diretor da Escola de Química e Biociências Moleculares da universidade, ela poderá estar pronta para testes clínicos em até seis meses.

Uma retrospectiva da história recente de outras epidemias de doenças infecciosas, como ebola, zika e Sars (síndrome respiratória aguda grave) mostra que essas vacinas enfrentaram um caminho longo e desafiador. No surto de Sars, em 2003, houve uma corrida semelhante para o desenvolvimento de vacinas. Mais de 15 anos depois, ainda não há nada aprovado. A primeira vacina contra o ebola, aprovada no mês passado nos EUA, surgiu após cerca de 20 anos de pesquisa e quatro anos de testes clínicos.

Os NIH ainda estão testando uma série de candidatas a vacina contra o zika, vírus transmitido por mosquitos que começou a se espalhar amplamente em 2015. Segundo pesquisadores, isso ocorreu em parte porque os esforços de saúde pública ajudaram a impedir a propagação do vírus, tornando a vacina pouco necessária.

Outro desafio é encontrar fontes de financiamento que sejam mantidas mesmo quando a epidemia arrefecer.