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Cientistas Criam Embrião Humano Sintético

Cientistas Criam Embrião Humano Sintético
Data:
28/07/2023

Cientistas anunciaram na última semana a criação do primeiro embrião humano sintético do mundo, usando células-tronco - um avanço que, no futuro, poderia fazer com que a reprodução não necessite mais de óvulos e espermatozoides.

O desenvolvimento desse modelo, similar a um embrião humano natural em seus primeiros estágios de desenvolvimento, pode permitir grandes avanços nos mais diferentes campos da medicina, como o estudo de doenças genéticas e a determinação das causas biológicas de abortos recorrentes, por exemplo.

O trabalho ainda não foi publicado em nenhuma revista científica, o que deve acontecer nos próximos meses. "Conseguimos criar modelos similares a embriões humanos reprogramando células-tronco embrionárias", anunciou a professora Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês).

O trabalho, no entanto, levanta questões éticas e legais importantes, uma vez que a criação em laboratório de um embrião não está prevista na atual legislação. Embora a estrutura não tenha coração ou cérebro, ela tem células-tronco que seriam capazes de formar todo o embrião, caso seu desenvolvimento fosse estimulado.

Não há perspectiva a curto ou médio prazo de que embriões sintéticos possam ser usados clinicamente. Seria ilegal implantá-los no útero de uma mulher, por exemplo, e ainda não está totalmente claro se a estrutura continuaria se desenvolvendo para além do estágio embrionário. Embriões sintéticos de camundongos, por exemplo, implantados no útero de uma fêmea, não levaram a uma gestação.

Qual o objetivo do estudo?
O principal objetivo do trabalho, como explicou Magdalena, é tentar entender o que acontece durante um determinado período do desenvolvimento embrionário. É que, por lei, na maioria dos países, só é possível cultivar embriões humanos em laboratório por até 14 dias - justamente por conta de questões éticas. Depois desse período, os cientistas só conseguem voltar a acompanhar o desenvolvimento embrionário bem mais à frente, por meio de exames de ultrassonografia de grávidas. 

O especialista em biologia de células-tronco e desenvolvimento genético, Robin Lovell-Badge, do Instituto Francis Crick, de Londres explica que “a ideia é que, se você tem um modelo de embrião humano feito a partir de células-tronco, você consegue obter muita informação sobre o que acontece nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário, inclusive o que pode dar errado, sem ter que usar embriões humanos".

Fonte: Exame

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